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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Uma aula de história - O Mito do Judeu Errante



O Mito do Judeu Errante
Carta O Berro - Janeiro/2009
http://serverlinux.revistaoberro.com.br/pipermail/cartaoberro/2009-January/000230.html


Uma nação é um grupo unido por um erro comum.
- Gilad Atzmon - Inglaterra -


O historiador Shlomo Sand, professor da Universidade de Tel Aviv, inicia seu brilhante estudo do nacionalismo judeu citando a Karl W. Deutsch: "Uma nação é um grupo unido por um erro comum sobre sua origem e uma hostilidade coletiva para com seus vizinhos" [1].

Por muito simples ou inclusive simplista que pareça, essa citação resume com eloquência o produto da imaginação que se encontra emaranhado no nacionalismo judeu moderno e, sobretudo, no conceito de identidade judia. É óbvio que assinala com o dedo o erro coletivo que os judeus tendem a cometer cada vez que se referem a seu "ilusório passado coletivo" e a sua "origem coletiva". De uma mesma tacada, a leitura que Deutsch faz do nacionalismo lança luz sobre a hostilidade que, desgraçadamente, corre paralela em quase todos grupos judeus com respeito à realidade que os rodeia, já seja humana ou adote a forma de território. Enquanto que a brutalidade com que os israelenses tratam os palestinos é algo já fartamente conhecido, o áspero tratamento que os israelenses reservam para sua "terra prometida" e sua paisagem só agora começa a se revelar. O desastre ecológico que os atuais israelenses vão deixar será a causa do sofrimento de muitas gerações futuras. Deixando de lado o muro megalomaníaco que divide a terra santa em enclaves de depravação e fome, Israel conseguiu contaminar seus principais rios e riachos com resíduos nucleares e químicos.

When And How the Jewish People Was Invented [Quando e como foi inventado o povo judeu] é um estudo escrito pelo professor Shlomo Sand, um historiador israelense. Trata-se do estudo mais sério já publicado sobre o nacionalismo judeu e, de longe, a análise mais corajosa do discurso histórico judeu.

Em seu livro, Sand consegue provar fora de toda dúvida razoável que o povo judeu nunca existiu como "raça-nação" e nunca compartilhou uma origem comum. Muito ao contrário, trata-se de uma colorida mistura de grupos que em várias etapas da história adotaram a religião judia.

No caso de que o leitor acompanhe a linha de pensamento de Sand e chegue a se perguntar "Quando foi inventado o povo judeu?", a resposta de Sand é bastante simples: "Em algum momento do século XIX, alguns intelectuais de origem judia na Alemanha, influenciados pelo caráter folclórico do nacionalismo alemão, se impuseram a tarefa de inventar "retrospectivamente" um povo, ansiosos por criar um povo judeu moderno" [2].

De acordo com isto, o "povo judeu" é uma noção artificial formada por um passado fictício e imaginário com muito pouca substância que o respalde desde os pontos de vista legista, histórico ou textual. Além disso, Sand - que utilizou fontes iniciais da antiguidade - chega à conclusão de que o exílio judeu é também um mito e de que é muito mais provável que os palestinos atuais sejam os descendentes do antigo povo semita de Judéia/Canaã, em vez da multidão de asquenazes de origem kazária á qual ele reconhece pertencer.

O surpreendente é que, apesar de que Sand tenha conseguido desmantelar a noção de "povo judeu", de que destrói a noção de "passado coletivo judeu" e ridiculariza o ímpeto chovinista nacional judeu, seu livro é um best-seller em Israel. Este fato, por si mesmo, pode sugerir que aqueles que se chamam a si próprios "povo do livro" estão agora começando a se dar conta das posturas enganosas e devastadoras e ideologias que os converteram nisso que Khalid Amayreh e muitos outros consideram como os "nazistas de nosso tempo".




Hitler triunfou

Com muita freqüência, quando se pergunta a um judeu laico e cosmopolita o que é que o converte em judeu, este costuma replicar mastigando uma resposta vazia: "Foi Hitler que me fez judeu". Mesmo se o judeu cosmopolita, que é internacionalista, critica as inclinações nacionalistas de outros povos, insiste em seguir mantendo seu próprio direito à "autodeterminação". Entretanto, não é ele que dirige esta exigência de orientação nacional, senão que o diabo, esse monstro anti-semita chamado Hitler. Conforme parece, o judeu cosmopolita celebra seu direito ao nacionalismo sempre que puder transferir a culpa a Hitler.

No que toca ao judeu laico cosmopolita, Hitler triunfou. Sand consegue pôr de relevo este paradoxo. Com muita perspicácia sugere que "enquanto que no século XIX, referir-se aos judeus como ´uma identidade racial diferente` era um sinal de anti-semitismo, no Estado judeu isto está mental e intelectualmente enraizado [3]. Em Israel, os judeus celebram sua diferença e suas condições únicas. Além do mais, diz Sand, "houve momentos na Europa em que era possível ser tachado de anti-semita por dizer que todos os judeus pertencem a uma nação diferente. Hoje em dia, o fato de dizer que os judeus não foram nunca e continuam sem ser um povo ou uma nação faz com que uma pessoa possa ser qualificada como odiador de judeus" [4].

Não deixa de ser surpreendente que o único povo que conseguiu manter uma identidade nacional racialmente orientada, expansionista e genocida, a qual não se diferencia em nada da ideologia étnica nazista, sejam os judeus, que foram, entre outros, as principais vítimas da ideologia e da prática nazistas.




Nacionalismo em geral e nacionalismo judeu em particular

Louis-Ferdinand Celine mencionou que durante a Idade Média, entre as guerras, os cavaleiros cobravam um alto preço por estar dispostos a morrer em nome de seus reinos, enquanto que no século XX os jovens não hesitam em morrer em massa, mas sem pedir nada como recompensa. Para poder compreender esta mudança na consciência de massas é necessário um modelo metodológico eloqüente que nos permita decifrar em que consiste o nacionalismo.

Da mesma forma que Karl Deutsch, Sand considera a nacionalidade como um discurso fantasmático. É um fato estabelecido que os estudos antropológicos e históricos das origens de diferentes "povos" e "nações" conduzem à embaraçosa desintegração de qualquer etnia ou identidade étnica. Daí que é interessante constatar que os judeus tendem a levar muito a sério seu próprio mito étnico. A explicação pode ser simples, tal como Benjamin Beit Halachmi assinalou faz anos. O sionismo estava aí para transformar a Bíblia, que de texto espiritual passou a ser um "ato cartorial". Por isso, a verdade da Bíblia ou de qualquer outro elemento do discurso histórico judeu tem pouca importância, sempre que não interfira com a causa ou com a prática política nacional dos judeus.

Pode-se supor que a ausência de uma clara origem étnica não impede que se tenha o sentimento de pertinência étnica ou nacional. O fato de que os judeus estejam longe de ser um povo e de que a Bíblia seja um texto muito limitado em relação à verdade histórica não impede que gerações de israelitas e judeus se identifiquem com o rei David ou com o gigante Sansão. Está claro que a ausência de uma origem étnica inequívoca não impede que as pessoas se considerem parte de um povo. De maneira similar, também não impede que o judeu nacionalista tenha o sentimento de pertinência a uma grande coletividade abstrata.

Nos anos setenta, Shlomo Artzi, que então era um jovem cantor israelense a ponto de se converter na maior estrela de rock de Israel, gravou uma canção que alcançou um êxito multitudinário em questão de horas. Eis aqui os primeiros versos:

De repente
Um homem se desperta
Pela manhã
Sente que é povo
E se põe a caminhar
E a todo mundo com quem se cruza
Lhe diz shalom.


Até certo ponto Artzi expressou inocentemente em seus versos a brusquedade e a quase eventualidade da transformação dos judeus em um povo. No entanto, de forma simultânea, Artzi contribuiu para a ilusão do mito nacional da nação que busca a paz. Àquelas alturas, Artzi já deveria saber que o nacionalismo judeu era um ato colonialista a custas do povo autóctone palestino.

Ao que parece, o nacionalismo, a pertinência nacional e o nacionalismo judeu em particular são objeto de uma importante tarefa intelectual. É interessante observar que os primeiros a analisar teórica e metodicamente os assuntos relativos ao nacionalismo foram ideólogos marxistas. Embora o próprio Marx não tenha conseguido encontrar uma resposta adequada, o auge das exigências nacionalistas durante o século XX na Europa oriental e central pegou desprevenidos a Lenin e a Stalin.

A contribuição marxista ao estudo do nacionalismo pode ser considerada como o foco que ilumina a profunda relação existente entre o auge da livre economia e o desenvolvimento do Estado nacional [5]. De fato, Stalin resumiu a posição marxista: "A nação", disse, "é uma sólida colaboração entre seres, historicamente criada e formada de acordo com quatro fenômenos compartilhados: a língua, o território, a economia e a significação psíquica..." [6].

Como era de esperar, a tentativa marxista de compreender o nacionalismo carece de uma visão histórica adequada. Na ausência desta se baseia na luta de classes. Por razões óbvias, esta visão foi muito popular entre aqueles que crêem no "socialismo de uma nação", entre os quais podemos incluir aos proponentes de uma rama esquerdista do sionismo.

Para Sand, o nacionalismo evolucionou a causa do "êxtase criado pela modernidade que separa as pessoas de seu passado imediato" [7]. A mobilidade criada pela urbanização e a industrialização pulverizou o sistema hierárquico social, assim como a continuidade entre passado, presente e futuro. Sand assinala que antes da industrialização o camponês feudal não sentia obrigatoriamente a necessidade de um discurso histórico de impérios e reinos. O sujeito feudal não necessitava de um abstrato discurso histórico de amplas coletividades, que tinham muito pouca importância para sua necessidade existencial imediata e concreta. "Sem uma percepção de progressão social, se saia bem com um relato religioso imaginário que continha um mosaico de memória sem dimensão real de um tempo que avança. O 'fim' era o princípio e a eternidade fazia o papel de ponte entre a vida e a morte" [8]. No mundo urbano moderno e laico, o "tempo" se havia convertido no principal navio da vida que ilustra um sentido simbólico imaginário. O tempo histórico coletivo se havia convertido no ingrediente elementar do pessoal e do íntimo. O discurso coletivo da forma à significação pessoal e ao que parece ser "real". Por mais que pessoas banais sigam insistindo que "o pessoal é político", seria muito mais inteligível afirmar que na prática ocorre o contrário. Na condição posmoderna, o político é pessoal e o sujeito é falado, em vez de falar por si mesmo. A autenticidade é um mito que se reproduz a si mesmo sob a forma de um identificante simbólico.

A leitura feita por Sand do nacionalismo como produto da industrialização, da urbanização e da laicidade tem muito sentido se consideramos a sugestão de Uri Slezkin, segundo a qual os judeus são os "apóstolos da modernidade", da laicidade e da urbanização. Se os judeus encontraram a si mesmos no centro da organização e da laicidade, não deveria surpreender-nos que os sionistas fossem bastante criativos, como qualquer outro, na hora de inventar seu próprio relato imaginário coletivo e fantasmático. Porém, ao insistir em seu direito a ser "como qualquer outro povo", os sionistas conseguiram transformar seu passado coletivo imaginário num programa global, expansionista e despiedoso e na maior ameaça para a paz do mundo.



Não existe uma história judia

É um fato estabelecido que entre o século I e princípios do XIX não se escreveu nenhum texto histórico judeu. O fato de que o judaísmo se baseie em um mito histórico religioso pode ter algo a ver com isto. A tradição rabínica não se preocupou nunca de investigar adequadamente o passado judeu. É provável que uma das razões seja a ausência de necessidade de proceder a um esforço metódico. Para os judeus que viviam em tempos antigos e na Idade Média, a Bíblia estava aí para responder as perguntas mais relevantes relacionadas com a vida diária, a significação e o destino judeus. Tal como assinala Shlomo Sand, "o tempo cronológico laico era alheio ao 'tempo da diáspora', determinado pela espera da chegada do Messias".

Entretanto, à luz da laicidade, a urbanização e a emancipação alemãs e a causa da menor autoridade dos líderes rabínicos, surgiu a necessidade de uma causa alternativa entre os nascentes intelectuais judeus. O judeu emancipado se perguntava quem era, de onde vinha. Também começou a especular que sua função poderia estar no interior de uma sociedade européia cada vez mais aberta.

Em 1820, o historiador judeu alemão Isaak Markus Jost (1793–1860) publicou a primeira obra histórica séria sobre os judeus, intitulada The History of the Israelites. Jost evitou os tempos bíblicos, preferiu iniciar sua viagem com o reino de Judea e também compilou um discurso histórico das diferentes comunidades judias do mundo. Jost se deu conta de que os judeus de seu tempo não formavam uma continuidade étnica. Intuiu que os israelitas de distintos lugares eram diferentes. Daí que pensasse que não havia nada no mundo que pudesse impedir a total assimilação dos judeus. Jost acreditava que no interior do espírito ilustrado, tanto os alemães como os judeus dariam as costas à opressiva instituição religiosa e formariam uma saudável nação baseada num crescente sentido de pertinência geograficamente orientado.

Embora Jost fosse consciente do desenvolvimento do nacionalismo europeu, seus seguidores judeus estavam bastante descontentes com sua otimista leitura liberal do futuro judeu. "A partir do historiador Henrich Graetz, os historiadores judeus começaram a desenhar a história do judaísmo como a de uma nação que havia sido um 'reino', que foi expulsa ao 'exílio' e que se converteu em um povo errante que terminaria por regressar a sua terra natal" [9].

Para o falecido Moses Hess o que definiria a forma de Europa seria mais uma luta racial que uma luta de classes. Em consonância, sugeriu, valeria mais que os judeus refletissem sobre sua herança cultural e sua origem étnica. Para Hess, o conflito entre judeus e gentis era o produto da diferenciação racial, ou seja, algo inevitável. O caminho ideológico que vai da orientação racista pseudo-científica de Hess até o historicismo sionista é bastante óbvio. Se os judeus formam uma entidade racial diferente (tal como diziam Hess, Jabotinsky e outros), o melhor que podem fazer é dirigirem-se a sua pátria natural, e esta não é outra que Yeretz Yisrael. Esta claro que o raciocínio de Hess com respeito a uma continuidade racial carecia de base científica. Com vistas a manter o emergente discurso fantasmático, era necessário erguer um mecanismo orquestrado de negação para assegurar-se de que alguns fatos embaraçosos não interferissem com a emergente criação nacional.

Sand sugere que o mecanismo de negação foi algo orquestrado e muito bem planejado. A decisão da Universidade Hebréia nos anos trinta de separar a História Judia e a História Geral em dois departamentos diferentes foi algo mais que um assunto de conveniência. O propósito que está na base desta divisão é realçar a auto-realização judia. Para os universitários judeus, a condição e a psique judias eram algo único que deveria ser estudado por separado. Ao parecer, inclusive no interior do entorno acadêmico hebreu, os judeus, sua história e a percepção de si mesmos têm reservado um status supremo. Tal como Sand perspicazmente assinala, nos departamentos de Estudos Judeus o investigador está disperso entre o mitológico e o científico, enquanto que o mito mantém sua primazia, o que faz que frequentemente se trave em um dilema provocado por "pequenos fatos tortuosos".




O novo israelense, a Bíblia e a arqueologia

Na Palestina, os novos judeus, mais tarde israelenses, estavam determinados a recrutar o Antigo Testamento e transformá-lo no código amalgamado do futuro judeu. A "nacionalização" da Bíblia estava aí para implantar nos jovens judeus a idéia de que são os descendentes diretos de seus grandes antepassados antigos. Levando-se em conta que a nacionalização era um movimento amplamente laico, se extirpou o significado espiritual e religioso da Bíblia, que passou a ser considerada como um texto histórico que descrevia uma cadeia real de acontecimentos no passado. Os judeus que haviam conseguido matar a seu Deus aprenderam a crer em si mesmos. Massada, Sansão e Bar Kochva se converteram em discursos suicidas. À luz de seus heróicos antepassados, os judeus aprenderam a amar a si mesmos tanto como odiar aos demais, exceto que desta vez possuíam a capacidade militar de infligir uma dor real a seus vizinhos. Mais preocupante era o fato de que em vez de uma entidade sobrenatural - ou seja, Deus - que lhes ordenava invadir um território, levar a cabo um genocídio e roubar a "Terra Prometida" a seus habitantes autóctones, em seu renascido projeto nacional eram eles mesmos, Herzl, Jabotinsky, Weitzman, Ben Gurion, Sharon, Peres, Barak, os que decidiram expulsar, destruir e matar. Em vez de Deus, eram os judeus que matavam em nome do povo judeu. Fizeram-no com símbolos judeus decorando seus aviões e seus tanques. Seguiram as ordens que lhes davam na língua de seus antepassados recentemente restaurada.

O surpreendente é que Sand, que é sem dúvida alguma um lúcido historiador, não mencione que o seqüestro sionista da Bíblia foi de fato uma desesperada resposta judia ao jovem romanticismo alemão. No entanto, por mais ideológica e esteticamente excitados que estivessem os filósofos, poetas, arquitetos e artistas alemães pela Grécia pré-socrática, sabiam muito bem que eles não eram exatamente filhos e filhas do helenismo. O nacionalista judeu deu passo mais longe, integrou-se numa cadeia sangüínea fantasmática com seus míticos antepassados ao pouco tempo de haver restaurado sua língua antiga. De ser uma língua sagrada, o hebreu se havia convertido em uma língua falada. O jovem romanticismo alemão nunca chegou tão longe.

Os intelectuais alemães durante o século XIX eram também perfeitamente conscientes da distinção entre Atenas e Jerusalém. Para eles, Atenas era o universal, o capítulo épico da humanidade e o humanismo. Jerusalém era, pelo contrário, o grande capítulo da barbárie tribal. Jerusalém era uma representação de um Deus despiedado, banal, não universal e monoteísta, capaz de matar a anciões e a lactantes. A era romântica alemã inicial nos legou Hegel, Nietzche, Fichte e Heidegger e a uns quantos judeus que se odiavam a si mesmos, entre os quais o mais importante foi Otto Weininger. Os jerusalenistas não nos legaram nem um só pensador ideológico. Alguns acadêmicos judeus alemães de segunda categoria trataram de predicar Jerusalém na êxedra germânica, entre eles Herman Cohen, Franz Rosenzveig e Ernst Bloch. Obviamente, não chegaram a se dar conta de que os românticos alemães iniciais desprezavam as marcas de Jerusalém na cristandade.

Em seu esforço por ressuscitar "Jerusalém", acudiu-se à arqueologia para que proporcionasse uma base "científica" necessária ao epos sionista. A arqueologia estava aí para unificar o tempo bíblico com o momento da reinstauração. É provável que o momento mais surpreendente dessa estranha tendência ocorresse em 1982 com a "cerimônia do enterro militar" dos ossos de Shimon Bar Kochva, um rebelde judeu que havia morrido 2000 anos antes. Dirigido pelo rabino militar em chefe, procedeu-se ao enterro militar de uns quantos ossos encontrados numa cova perto do Mar Morto. Na prática, os supostos restos de um rebelde judeu do século I foram tratados como se fosse uma baixa do exército israelense. Estava claro que a arqueologia tinha uma função nacional, havia sido recrutada para consolidar o passado e o presente, deixando fora o Galut, o exílio judeu.

O surpreendente é que não passou muito tempo antes de que as coisas dessem um giro completo. Conforme a investigação arqueológica se foi independizando do dogma sionista, a embaraçosa verdade saiu à luz. Era impossível demonstrar a veracidade do relato bíblico com fatos forenses. Na verdade, a arqueologia refuta a historicidade do argumento bíblico. As escavações revelaram este incômodo fato. A Bíblia é um compêndio de inovadora literatura de ficção.

Tal como Sand assinala, a história bíblica primigênia está impregnada de filisteus, arameus e camelos. O embaraçoso é que as escavações demostram que os filisteus não apareceram na região antes do século XII a.C.; os arameus, um século depois e os camelos não mostraram suas caras joviais antes do século VIII. Estes fatos científicos colocaram os investigadores sionistas numa grave confusão. Não obstante, para alguns acadêmicos não judeus, como Thomas Thompson, estava bastante claro que a Bíblia é "um compêndio tardio de literatura inovadora escrita por um talentoso teólogo" [10]. A Bíblia parece ser um texto ideológico que estava aí para servir a uma causa social e política.

O pior é que no Sinai não foi possível encontrar muitas provas que confirmassem a história do lendário êxodo egípcio, em que uns três milhões de homens, mulheres e crianças hebreus vagaram no deserto durante 40 anos sem deixar o menor rasto. Nem sequer uma mísera Matzá, o pão ácimo judeu.

A história do novo reassentamento bíblico e do genocídio dos cananeus, que os israelitas contemporâneos imitam com tanto êxito, é outro mito. Jericó, a cidade fortificada que foi destruída a toque de trombetas com a intervenção sobrenatural do altíssimo, era só um pequeno povoado durante o século XII a.C.

Por mais que Israel considere a si mesmo como a reativação do monumental reino de David e Salomão, a escavação feita na velha cidade de Jerusalém durante os anos setenta revelou que o reino de David não era mais que um pequeno assentamento tribal. As provas que Yigal Yadim havia apresentado com respeito ao rei Salomão foram refutadas mais tarde com estudos forenses realizados com carbono 14. Estes incômodos fatos estão cientificamente estabelecidos. A Bíblia é um relato de ficção e não existe base alguma sobre a qual se possa basear qualquer gloriosa existência do povo hebreu na Palestina em nenhum momento.




Quem inventou os judeus?

Já desde o início de seu texto, Sand faz perguntas cruciais muito relevantes: Quem são os judeus? De onde vieram? Como é que em períodos históricos diferentes aparecem em lugares muito diferentes e remotos?

Embora a maioria dos judeus contemporâneos esteja totalmente convencida de que seus antepassados são os israelitas bíblicos, que foram brutalmente exilados pelos romanos, é preciso dizer a verdade. Os judeus contemporâneos não têm nada a ver com os antigos israelitas, que nunca foram enviados ao exílio porque tal expulsão nunca ocorreu. O exílio romano é outro mito judeu.

"Comecei a procurar estudos de investigação sobre o exílio", disse Sand numa entrevista concedida ao Haaretz [11], "mas descobri com assombro que não existe nenhuma literatura a respeito. A razão é que ninguém exilou o povo deste país. Os romanos não exilaram gente e não poderiam tê-lo feito, mesmo se tivessem desejado faze-lo. Careciam de trens e caminhões para deportar populações inteiras. Este tipo de logística não existiu antes do século XX. Meu livro nasceu, efetivamente, de uma constatação: da certeza de que a sociedade judaica não foi dispersada nem exilada".

Outrossim, à luz da simples introspecção de Sand, a idéia do exílio judeu chega a ser engraçada. Pode ser que o fato de pensar que a armada imperial romana se dedicasse vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, a transportar dificultosamente Moishe'le e Yanka'le até Córdoba e Toledo sirva para que os judeus se sintam importantes e transportáveis, porém o sentido comum sugere que os romanos tinham coisas mais importantes que fazer.

Entretanto, muito mais interessante é o resultado lógico: se o povo de Israel não foi expulso, então os verdadeiros descendentes dos habitantes do reino de Judá devem ser os palestinos.

"Nenhuma população permanece pura durante um período de milhares de anos", diz Sand [12]. "Porém as possibilidades de que os palestinos sejam descendentes do antigo povo judaico são muito maiores que as de que você ou eu sejamos seus descendentes. Os primeiros sionistas, até a Sublevação Árabe (1936–1939) sabiam que não tinha havido exílio e que os palestinos eram os descendentes dos habitantes do território. Sabiam que os camponeses não se vão até que os expulsem. Inclusive Yitzhak Ben-Zvi, o segundo presidente do Estado de Israel, escreveu em 1929 que "a maioria dos camponeses não descendem dos conquistadores árabes, senão que dos camponeses judeus, que eram numerosos e majoritários na construção do território".

Em seu livro, Sand vai ainda mais longe e sugere que até o Primeiro Levantamento Árabe (1929), os denominados líderes sionistas esquerdistas tinham tendência a crer que os camponeses palestinos, que são em realidade "judeus por sua origem", se assimilariam no interior da emergente cultura hebréia e terminariam por se unir ao movimento sionista. Ben Borochov acreditava que "um falach (camponês palestino) se vestir-se como um judeu e comportar-se como um judeu da classe trabalhadora, não se diferenciará em nada dos judeus". Esta mesma idéia reapareceu no texto de Ben Gurion e Ben-Zvi em 1918. Ambos líderes sionistas se deram conta de que a cultura palestina está impregnada de marcas bíblicas, tanto do ponto de vista lingüístico como geográfico (nomes de aldeias, povoados, rios e montanhas). Ben Gurion e Ben-Zvi, pelo menos ao princípio, consideravam os palestinos nativos como parentes étnicos que permaneciam apegados à terra e eram irmãos potenciais. Também consideravam o islã como uma amistosa "religião democrática". Claramente, depois de 1936, tanto Ben Gurion como Ben-Zvi diluíram seu entusiasmo "multicultural". No que diz respeito a Ben Gurion, a limpeza étnica dos palestinos lhe pareceu muito mais atrativa.

Vale a pena fazer a pergunta: se os palestinos são os autênticos judeus, quem são esses que insistem em chamar-se a si mesmos judeus?

A resposta de Sand é bastante simples, mas está cheia de sentido. "O povo não se disseminou, foi a religião judia a que se disseminou. O judaísmo era uma religião de conversos. Contrariamente ao sentir popular, o judaísmo inicial adorava converter aos demais" [13].

É evidente que as religiões monoteístas, ao serem menos tolerantes que as politeístas, têm um ímpeto de expansão. O expansionismo judaico em seus primeiros dias não só era similar ao cristianismo, senão que foi o expansionismo judaico que plantou as sementes da disseminação no pensamento e na prática cristãs iniciais. "Os hasmoneus", diz Sand [14], "foram os primeiros a contribuir com um grande número de conversos à massa judia, e isso sob a influência do helenismo. Foi esta tradição das conversões o que preparou o terreno para a posterior disseminação da cristandade. Após a vitória da cristandade no século IV, a tendência à conversão ao judaísmo se deteve no mundo cristão e houve uma diminuição importante no número de judeus. É provável que muitos dos judeus do entorno mediterrâneo se converteram em cristãos. Mas então o judaísmo começou a penetrar outras regiões pagãs, tais como o Yemen e a África do Norte. Se o judaísmo não houvesse continuado seu avanço naquele momento convertendo povos do mundo pagão, teria continuado a ser uma religião completamente marginal, no caso da haver sobrevivido".

Os judeus da Espanha, que cremos estar relacionados mediante laços de sangue com os israelitas iniciais, parecem ser berberes convertidos. "Perguntei a mim mesmo", diz Sand, "como foi que apareceram na Espanha umas comunidades judias tão numerosas. Então vi que Tariq ibn Ziyad, o comandante supremo dos muçulmanos que conquistaram a Espanha, era berbere, e que a maior parte de seus soldados eram berberes. O reino berbere judeu de Dahlia al-Kahima havia sido derrotado só 15 anos antes. E a verdade é que um certo número de fontes cristãs dizem que muitos dos conquistadores da Espanha eram judeus conversos. A fonte mais profunda da grande comunidade judia da Espanha eram aqueles soldados berberes que se converteram ao judaísmo".

Como era de esperar, Sand aprova a assunção amplamente aceita de que os kazários judaizados constituíram as principais origens das comunidades judias da Europa do Leste, que ele denomina a Nação Yiddish. Quando lhe perguntaram como foi que chegaram a falar o yiddish, que é considerado como um dialeto medieval alemão, ele respondeu: "Os judeus eram um povo que dependia da burguesia alemã no Leste, assim que adotaram palavras alemãs".

Em seu livro, Sand oferece uma enumeração detalhada da saga kazária na história judia. Explica o que foi que levou o reino kazário à conversão. Levando em conta que o nacionalismo judeu está liderado em sua maior parte por uma elite kazária, pode ser que devamos expandir nosso conhecimento íntimo deste grupo político tão único e influente. A tradução da obra de Sand a outras línguas é uma necessidade imediata (a tradução francesa está a ponto de aparecer, tal como de diz em Are the Jews na invented people?, de Eric Rouleau.



O que vem a continuação?

O professor Sand nos deixa com a inevitável conclusão: os judeus contemporâneos não têm uma origem comum e sua origem semita é um mito. Os judeus não se originam na Palestina de nenhum modo e, por tanto, seu denominado "retorno" à "terra prometida" deve ser considerado como uma invasão executada por um clã ideológico tribal.

No entanto, apesar de que os judeus não constituem uma raça, por alguma razão parecem ter uma orientação racial. Deve-se assinalar que muitos judeus ainda consideram o casamento misto como a maior ameaça. Além disso, apesar da modernização e laicidade, a maioria dos que se identificam como judeus laicos continuam sucumbindo ao ritual do sangue, a circuncisão, um procedimento religioso único no qual um Mohel, o executor, chupa o sangue do circuncidado.

No que diz respeito a Sand, Israel deve converter-se em "um Estado de seus cidadãos". Assim como Sand, eu também compartilho a mesma visão utópica futurista. Não obstante, contrariamente a Sand, considero que o Estado judeu e os grupos de pressão que o apóiam devem ser ideologicamente derrotados. A irmandade e a reconciliação são alheias à visão do mundo tribal dos judeus e não cabem no conceito de ressurgimento nacional judeu. Por mais terrível que soe, antes de que os israelitas possam adotar uma noção moderna e universal da vida civil, será necessário um processo de desjudeização.

Não há dúvida de que Sand é um extraordinário intelectual, provavelmente o pensador esquerdista israelense mais avançado. Representa a forma mais elevada de pensamento que um israelense laico pode alcançar antes de retroceder ou incluso de desertar ao lado palestino (o que é algo que ocorreu com uns poucos, incluindo a mim). Ofri Ilani, o entrevistador de Haaretz, disse de Sand que, contrariamente a outros "novos historiadores" que têm tratado socavar as assunções da historiografia sionista, "Sand não se contenta com retroceder a 1948 ou aos princípios do sionismo, senão que retrocede milhares de anos". É assim, contrariamente aos "novos historiadores", que "revelam" uma verdade que qualquer criança palestina conhece, ou seja, a verdade de que estão sendo objeto de uma limpeza étnica, Sand erige um corpus de obra e pensamento que busca a compreensão do significado do nacionalismo judeu e da identidade judia. Essa é a essência verdadeira da erudição. Mais que reunir fragmentos históricos esporádicos, Sand busca o significado da história. Mais que um "novo historiador" que busca um novo fragmento, é um autêntico historiador motivado por uma tarefa humanista. Contrariamente a alguns dos historiadores judeus que contribuem ao denominado discurso de esquerda, a credibilidade e o êxito de Sand se baseiam mais em seus argumentos do que em seus antecedentes familiares. Evita adornar seus argumentos com seus parentes que sobreviveram ao holocausto. Ao ler os ferozes argumentos de Sand, deve-se admitir que o sionismo, com todos os seus defeitos, conseguiu erigir no interior de si mesmo um discurso orgulhoso e autônomo que é muito mais eloqüente e brutal que a totalidade do movimento anti-sionista no mundo inteiro.

Se Sand tiver razão, e estou convencido de que tem, os judeus não são uma raça e sim um coletivo de muita gente amplamente seqüestrada por um movimento nacional fantasmático tardio. Se os judeus não são uma raça, não forma um grupo racial e não têm nada a ver com o semitismo, o anti-semitismo é, categoricamente, um significante vazio. Claramente se refere a um significante que não existe. Em outras palavras, nossa crítica do nacionalismo judeu, dos grupos de pressão judeus e do poder judeu só se podem conceber como uma crítica legítima de ideologia e de prática.

Repito novamente, não estamos e nunca estivemos contra os judeus (o povo), nem contra o judaísmo (a religião); estamos contra uma filosofia coletiva de claros interesses globais. Alguns podem preferir chamar-la sionismo, mas eu prefiro não fazê-lo. O sionismo é um significante demasiado estreito para compreender a complexidade do nacionalismo judeu, sua brutalidade, sua ideologia e sua prática. O nacionalismo judeu é um espírito e os espíritos não têm fronteiras bem delimitadas. De fato, nenhum de nós sabe exatamente onde termina a judeidade e onde começa o sionismo, da mesma maneira que não sabemos onde terminam os interesses israelenses e onde começam os interesses dos neocons.

No que diz respeito à causa Palestina, a mensagem é devastadora. Nossos irmãos e irmãs palestinos estão na vanguarda de uma luta contra uma filosofia devastadora. Mas está claro que não só os israelenses, aos quais se enfrentam com valente pragmatismo, os que iniciam conflitos globais de escala gigantesca. Se trata de uma prática tribal que busca a influência nos corredores do poder e de superpoder. O American Jewish Committee busca uma guerra contra o Irã. Só para situar-se no lado seguro, David Abrahams, um "amigo laborista de Israel", doa dinheiro por delegação ao Partido Laborista. Mais ou menos ao mesmo tempo, dois milhões de iraquianos morrem numa guerra ilegal desenhada por alguém chamado Wolfowitz. Enquanto tudo isto ocorre, milhões de palestinos passam fome em campos de concentração e Gaza está à beira de uma crise humanitária. Enquanto isso ocorre, judeus "anti-sionistas" e judeus de esquerda (incluindo Chomsky) insistem em neutralizar as críticas contra o AIPAC, o grupo de pressão judeu e o poder judeu de Mearcheimer e Walt [15].

É só Israel? É realmente sionismo? Ou devemos admitir que é algo muito maior do que podemos contemplar dentro das fronteiras intelectuais que impomos a nós mesmos? Tal como andam as coisas, carecemos da coragem intelectual para nos enfrentarmos ao projeto nacional judeu e a seus muitos mensageiros em todo o mundo. Entretanto, como tudo é questão de inverter consciências, as coisas vão mudar logo. De fato, este texto foi escrito para provar que já estão mudando. Defender os palestinos é salvar o mundo, mas para fazê-lo temos de ter suficiente coragem como para admitir que não se trata meramente de uma batalha política. Não é só Israel, seu exército ou sua dirigência; também não são Dershowitz, Foxman e suas ligas silenciadoras. Trata-se de uma guerra contra um espírito canceroso que seqüestrou o Ocidente e, ao menos no momento, o desviou de sua inclinação humanista e de suas aspirações atenienses. Lutar contra um espírito é muito mais difícil que lutar contra gente, precisamente porque talvez seja necessário lutar primeiro contra suas marcas dentro de nós mesmos. Se quisermos lutar contra Jerusalém, primeiro teremos que confrontar a Jerusalém que levamos dentro. Pode ser que tenhamos que nos situar diante do espelho e olhar ao redor. Pode ser que tenhamos que buscar rastos de empatia em nosso interior, se é que ainda permanece algum.

Notas:
- [1] When And How The Jewish People Was Invented?, Shlomo Sand, Resling 2008, p. 11.
- [2] http://www.haaretz.com/hasen/spages/966952.html
- [3] When And How The Jewish People Was Invented?, Shlomo Sand, Resling 2008, p. 31.
- [4] Ibid, p. 31.
- [5] Ibid, p. 42.
- [6] Ibid.
- [7] Ibid, p. 62.
- [8] Ibid.
- [9] http://www.haaretz.com/hasen/spages/966952.html
- [10] When And How The Jewish People Was Invented? - Shlomo Sand, Resling 2008, p. 117.
- [11] http://www.haaretz.com/hasen/spages/966952.html
- [12] Ibid.
- [13] Ibid.
- [14] Ibid.
- [15] http://www.lrb.co.uk/v28/n06/mear01_.html


Sugestão de Wilson Cunha Junior (Movimento dos Sem Mídia)
http://www.alquimidia.org/desacato/index.php?mod=noticia&id=1984

O ex-judeu Gilad Atzmon é músico, escritor e ativista pró-palestino.Versão em português: Jair de Souza, Brasil.



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Historiador Shlomo Sand


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Holanda pede a religiosos judeus e muçulmanos provas de que animais não sofrem no abate



Holanda pede a religiosos provas de que animais não sofrem no abate
12/06/2012 - http://www.paulopes.com.br/2012/06/holanda-pede-religiosos-provas-de-que.html




Marianne Thieme, defensora dos animais:

"Liberdade religiosa termina onde começa o sofrimento de humanos ou de animais".




O Parlamento da Holanda concedeu aos líderes do judaísmo e do islamismo um ano para provar cientificamente que o abate religioso não causa sofrimento nos animais.

Em junho de 2011, a Câmara dos Deputados aprovou lei que proíbe esse tipo de abate porque é feito sem o atordoamento dos animais. A lei terá de ser votada pelo Senado, para ser confirmada ou não, o que ocorrerá após o prazo dado para a manifestação dos religiosos.

A lei foi proposta pelo Partido pelos Animais, o único do gênero no mundo. Para Marianne Thieme (foto), líder do partido, “a liberdade religiosa termina onde começa o sofrimento humano ou animal”. (...).

A proposta da nova lei uniu judeus e muçulmanos do país. Eles acusam o Parlamento de querer acabar com a liberdade de religião.

Pela tradição judaica e islâmica, os animais têm de estar conscientes no momento do abate, e, se assim não for, eles se tornam impuros, impróprios, portanto, para o consumo.

Judeus e muçulmanos defendem que suas técnicas de abate — kosher e halal, respectivamente — não causam dor aos animais porque eles morrem rapidamente. O Partido pelos Animais discorda.

Peter Singer, professor de bioética da Universidade de Princeton (EUA) e defensor dos animais, sugeriu aos judeus e muçulmanos que sigam a recomendação apresentada por um rabino: deixarem de comer carne.  Ele escreveu um artigo onde diz que o Torá nem o Corão obrigam o consumo de animais.









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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Israel e o Mito da Terra Santa






O genocídio que atinge o povo da Palestina será recordado pelo tempo adiante como uma mancha repugnante na historia da humanidade.

Menos transparente é outra realidade. A criação do Estado de Israel, responsável pela tragédia que nos reúne nesta Conferencia, assenta sobre mitos que deturpam a historia.
A acumulação e difusão desses mitos está na origem de situações, atos políticos e crimes que tornaram possível a repetição no inicio do século XXI de uma monstruosidade civilizacional. Apoiado pelos EUA o Estado construído por vitimas do holocausto nazi concebe e executa um moderno holocausto.
Uma pirâmide de falsidades e mentiras sinaliza a estrada do tempo que conduziu a chacinas como as de Sabra, Shatila e Jenin.
Na base delas está o mito básico, o mais trabalhado de todos, aquele que desencadeou o movimento do regresso dos judeus à "Terra Santa dos antepassados".
A esmagadora maioria dos israelenses que vivem no Estado de Israel e se assumem como judeus não descendem do povo que invocam. A saga da diáspora judaica, alavanca das teses de Theodor Herzl que promoveram a "volta à pátria perdida", foi edificada sobre uma inverdade histórica.

Jerusalém era uma cidade pequena quando, por duas vezes, a sua população, maioritariamente de judeus, foi expulsa pelos Romanos. Não eram mais do que alguns milhares os que dela saíram após a revolta esmagada por Tito, no ano 70. Adriano, no século II, arrasou totalmente Jerusalém como castigo de nova insurreição. Os judeus deportados após a mortandade foram também poucos.


Não há milagres na multiplicação dos seres humanos. Olhamos hoje para os askenazis, vindos da Alemanha, da Polônia, da Europa Ocidental e para os sefarditas, chegados de países muçulmanos, e tudo nos seus traços fisionômicos difere, a denunciar origens étnicas diferentíssimas. Nuns e noutros, a percentagem de sangue judaico, após cruzamentos processados ao longo dos séculos, é mínima. Os primeiros tratam aliás os segundos com sobranceria, considerando-os cidadãos inferiores. E os judeus negros da Etiópia e de outros países africanos?


É a religião e não o sangue que estabelece a ponte do judaísmo entre essas comunidades e a suposta pátria de origem.


Mas, porventura, será hoje a religião o denominador comum aglutinador da nação que se diz descendente de Abraham? A resposta é negativa. Muitos judeus israelenses não praticam atualmente a religião hebraica e as suas convicções religiosas são, pelo menos, débeis.


A tradição, o culto dos antepassados, o acervo de uma cultura defendida com tenacidade e condensada na Bíblia (o Antigo testamento) aí estão as raízes do sionismo e a explicação da especificidade contraditória de um estado confessional cujos filhos duvidam (uma percentagem considerável) da existência de Deus.
É inquestionável que os antepassados dos palestinos árabes chegaram à Palestina há uns 5000 anos, subindo da Península Arábica, muito antes das primeiras comunidades hebraicas. Eram aparentados, como povos semitas vindos de um tronco comum. Uns e outros assumiam-se como descendentes de Sem e falavam idiomas muito parecidos que ainda hoje apresentam grandes afinidades.

Os primeiros fundiram-se rapidamente com algumas das tribos que povoavam a região; os segundos muito menos.


O processo de miscigenação dos antigos palestinos foi tão complexo que a própria palavra Palestina deriva dos Filisteus, descendentes dos chamados Povos do Mar, invasores arianos e não semitas.


Não cabe aqui acompanhar a história dos primitivos hebreus e as suas aventuras desde o Nilo ao Eufrates, com passagem pelo vale do Jordão. Encontramos uma síntese muito interessante no livro de Ernesto Gomez Abascal, que foi embaixador de Cuba na Síria e na Jordânia (1).


O que me parece útil recordar é que a agressividade genocida do estado de Israel tem um precedente na agressividade expansionista dos judeus vindos do Egito. Atuavam então por mandato divino, como "povo especial". Segundo o Antigo Testamento, Jeová informou Moisés de que seria dos hebreus todo o território desde o deserto até ao mar e ao Eufrates, isto é, a Palestina, o Líbano, a Síria e parte do Iraque, isto é, o hoje chamado Crescente Fértil.


Como tentaram apossar-se de tão vasta e povoada Região?


O livro de Josué iluminou-lhes o caminho: "Quando tiverdes atravessado o Jordão entrando pela terra de Canaã, afastareis do vosso caminho todos os moradores do país e destruireis todos os seus ídolos de pedra, e todas as suas imagens fundidas e destruireis todos os lugares elevados: e expulsareis os moradores da terra e residireis nela porque eu vo-la dei para que seja a vossa propriedade (cap. 33, vers 50 a 53 ). Porque tu és povo santo para Jeová, o teu deus. Jeová, o teu deus te escolheu como povo especial, mais do que todos os povos que estão sobre a terra (cap. 7, vers 6). E destruíram a fio de espada tudo o que havia na cidade; homens e mulheres, moços e velhos, até os bois, as ovelhas e os burros". (cap. 8, vers 24 e 26 (...) Subiu logo Josué e todo Israel com ele de Eglon a Hebron e combateram esta (...) matou tudo o que tinha vida, como Jeová, deus de Israel, lhe tinha ordenado. (cap. 10, vers 34 e 40).


Não faltam a Ariel Sharon, como se verifica, fontes bíblicas de inspiração. Jeová nada tinha de humanista, era um deus violento, racista, que fazia da guerra e das chacinas alavanca da historia.
A agressividade atual dos dirigentes israelenses não é, portanto, um fenômeno circunstancial. Tem raízes antiquíssimas.

O movimento sionista nasceu agressivo numa época em que contou com a simpatia da intelligentsia européia, justamente indignada com o anti-semitismo que se manifestava nos repugnantes pogroms da Polônia e da Rússia.
Nos finais do século XIX, na Palestina, então submetida ao domínio turco, 91% da população eram árabes palestinianos. Os judeus, de imigração recente, não ultrapassavam 50 mil. Quase 99% das terras pertenciam aos camponeses árabes. Mas os pioneiros do sionismo já projetavam o futuro Israel. Theodor Herzl no seu livro "O Estado Judaico", de 1896, escreveu: "em Basileia fundei o estado judaico (se hoje dissesse isso em voz alta todos me responderiam com uma gargalhada). Talvez dentro de cinco anos, mas certamente dentro de cinquenta toda a gente o saberá".

Em 1914, Chaim Weizman, que seria o primeiro presidente de Israel, escreveu nas suas Memórias: "Na atualidade somos um átomo mas é razoável afirmar que se a Palestina cair na esfera da influencia britânica, e se a Grã Bretanha incentivar o estabelecimento de um estado judaico, então como dependência britânica, podemos esperar ter ali dentro de 25 a 30 anos, um milhão de judeus, pelo menos, e eles se encarregarão de constituir uma guarda eficaz para o Canal de Suez".


Weizman tinha os dons dos antigos profetas. O que não previu foi que ao decadente império britânico sucederia o vigoroso império norte-americano e que o Estado de Israel, imaginado por ele, se transformaria no seu cão de guarda para todo o Médio Oriente.


Israel, gerado por decisão do imperialismo britânico ao criar o chamado Lar Nacional Judaico, nasceu, não se pode negar a evidencia, de um fato colonial.


Entretanto, transcorrido mais de meio século sobre a partilha da Palestina aprovada pelas Nações Unidas, Israel é uma realidade. Os próprios revolucionários palestinos reconhecem essa evidencia. Os mais de cinco milhões de israelenses que vivem hoje no Estado judaico ali implantado não são coletivamente responsáveis pelas políticas que tornaram possível a sua formação. Israel não pode ser apagado do mapa, por mais monstruosos que sejam os crimes dos seus atuais dirigentes.


Mas a solidariedade com a Palestina árabe exige a desmontagem do edifício de mentiras históricas montado pelo imperialismo e pelo sionismo na tentativa de justificar o injustificável.


Genocídios como os de Sabra e Shatila e o recentíssimo de Jenin não foram tragédias ocasionais.


Nos últimos anos do mandato britânico as organizações terroristas israelenses Haganah, Irgun e Stern cometeram incontáveis crimes numa escalada de violência dirigida contra os árabes palestinos, então amplamente majoritárias. Segundo o censo de 46, os árabes palestinos residentes eram 1.237.000 e os judeus apenas 608 mil. E somente 8% das terras pertenciam aos segundos. O Plano de Partilha aprovado pela ONU atribuiu entretanto ao futuro estado judaico 56% da superfície da Palestina.


E que aconteceu? Os israelenses ocuparam 75% do território, inviabilizando a criação do Estado Palestino. Quando a ONU tentou fiscalizar o cessar fogo, o bando terrorista Stern assassinou em Jerusalém o conde Bernardotte, secretário geral da organização. Em tempo brevíssimo 400 mil palestinos foram expulsos das suas terras. Quase 500 aldeias foram arrasadas numa orgia de barbárie. Em poucas horas a Irgun massacrou 254 palestinos na aldeia de Deir Yassin. Aterrorizar as populações, esvaziar a Palestina de árabes era o objetivo dessas ações de terror. Mais tarde, Menahem Beguin, que foi primeiro ministro, comentou assim a chacina por ele comandada: "O massacre não somente se justificou como o Estado de Israel não existiria sem essa vitória" (2).


Sob essa apologia do genocídio transparece a política que Yossef Weitz, dirigente do Fundo Nacional Judaico, condenou numa sentença monstruosa: "Entre nós deve ficar claro que não existe espaço para dois povos neste país (...) não há outro caminho que não seja a transferência dos árabes para os países vizinhos, a mudança de todos eles; nenhum deles, nenhuma tribo deve permanecer aqui (3).


Três guerras com estados vizinhos irromperam desde a criação de Israel.


Uma Resolução das Nações Unidas, entre todas famosa, a 242, de 22 de Novembro de 1967, intimou Israel a devolver os territórios ocupados pela força das armas. Outra, fundamental também, determinou o regresso dos refugiados aos lugares de onde haviam sido expulsos pelo exercito de Israel.


A posição israelense sobre essas questões cruciais encontramo-la condensada num cínico comentário de Golda Meier: "Como vamos devolver os territórios ocupados? Não existe ninguém a quem devolver algo. Essa coisa a que chamam palestinos não existe" (4).


A história recente é melhor conhecida.


Se há uma palavra que defina bem os acontecimentos que nas ultimas décadas tiveram por cenário a Palestina é a palavra tragédia.


O Estado comandado por Ariel Sharon não renuncia ao cumprimento das profecias da Torah que apontam o caminho da violência para a realização do sonho de Eretz Israel, ou seja, a Grande Israel.


Em Tel Aviv as táticas e o discurso político mudaram ao sabor do ocupante da Casa Branca, sempre o grande aliado. Mas o objetivo de aniquilar a nação palestiniana manteve-se.


A Primeira Intifada demonstrou claramente que o povo árabe da Palestina não renuncia ao direito inalienável de construir o seu próprio futuro como nação independente, plenamente soberana, no que resta – Cisjordania e Gaza – dos territórios povoados pelos seus antepassados muitos séculos antes da chegada ali das primeiras tribos de judeus.


Seria uma solução aceitável simultaneamente por palestinianos e israelenses. Mas para isso seria, obviamente, necessário cumprir os Acordos. Ora essa nunca foi a intenção dos dirigentes israelenses.


O aparecimento exibicionista, em ato de provocação, de Ariel Sharon na Esplanada das Mesquitas, na velha Jerusalém, assinalou o inicio da Segunda Intifada e da atual escalada genocida contra o povo árabe da Palestina.


Nem a imaginação de um Sófocles ou de um Shakespeare concebeu tragédia comparável à que se abateu sobre as cidades e aldeias dos territórios governados pela Autoridade Nacional Palestiniana. Os bombardeamentos diários de áreas urbanas e rurais, a destruição das estruturas básicas da sociedade, como escolas, hospitais, edifícios administrativos, estabelecimentos comerciais, serviços de luz, água e comunicações, o assassínio de mulheres e crianças, o cerco à sede de Yasser Arafat em Ramallah, e chacinas coletivas como a de Jenin - serão pelo tempo afora recordados como exemplos da barbárie de um estado confessional responsável por uma das páginas mais repugnantes da história da humanidade.


James Petras encontra para Jenin, como analogia, o gueto de Varsóvia destruído pelas SS de Hitler. A José Saramago, a aldeia palestiniana eliminada traz à memória Auschwitz, paradigma da loucura assassina nazi.


A mim faz-me recordar ambos. O buldozer Sharon, como já lhe chamam, é, pelos, métodos e pela ideologia, um discípulo eficiente de Hitler. Creio enunciar uma evidência ao afirmar que em cada um de nós, aqui reunidos no México, por iniciativa do Partido do Trabalho e da OSPAAAL, a angustia e a indignação provocadas pelo genocídio que atinge a nação palestiniana são acentuados pela consciência de que esse crime de lesa humanidade não seria possível sem a cumplicidade e o apoio ostensivo dos EUA.


Por si só, Ariel Sharon não teria condições mínimas para empreender o seu plano de destruição da Palestina. Os seus crimes contam com o respaldo de Washington, mais exatamente do sistema de poder que governa os EUA, um sistema igualmente monstruoso cuja estratégia de dominação mundial deixa já transparecer o perigo de uma ditadura militar planetária, ou seja uma ameaça global a humanidade.


Os povos condenam com firmeza crescente o genocídio palestiniano. Mas a matança prossegue.


É financiada. Ultrapassa 3 bilhões de dólares anuais a ajuda norte-americana ao estado assassino de Ariel Sharon. A passividade dos governos da União Européia perante o genocídio é outra indignidade. Afirmam lamentá-la, mas a sua atitude é de submissão à estratégia dos EUA, que transformaram o Conselho de Segurança da ONU em dócil instrumento da sua política imperial.


A íntima aliança entre a extrema direita israelense e o governo dos EUA contribui para evidenciar o significado internacionalista e humanista da luta heróica do povo árabe da Palestina. Essa pequena e valente nação, ao resistir com firmeza homérica à tentativa de holocausto contra ela comandada pelos filhos e netos das vítimas do holocausto judeu da Segunda Guerra mundial - essa Palestina de raízes milenárias assume na realidade a defesa de valores eternos da humanidade.


A Palestina resiste. O seu povo sobrevive e multiplica-se sob o vendaval de metralha do fascismo israelense. Segundo um estudo da Universidade judaica de Haifa, no ano 2020 a população total de Israel, da Cisjordânia e Gaza terá ultrapassado os 12 milhões. Desse total 58% serão árabes palestinos. De maioria que são hoje os israelenses terão nessa época passado a minoria.


Represento nesta Conferência o Partido Comunista Português. É com orgulho que aqui lembro ter sido permanente, fraternal e incondicional ao longo do tempo a solidariedade dos comunistas portugueses com o povo épico da Palestina. Ao reafirmá-la calorosamente desta tribuna, expresso a nossa confiança inabalável na vitória final desse pequeno-grande povo que se bate hoje pela humanidade inteira.


Vocês vencerão, companheiros da Palestina.


(1) Ernesto Gomez Abascal, Palestina – Crucificada la Justicia, Editora Politica, Havana, Abril de 2002;


(2) OB.ctda, pg 203;


(3) Idem, pg 32;


(4) Idem, pg 54.



(*) Intervenção na II Conferencia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, realizada no México em 15/Maio/2002.




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Miguel Urbano Rodrigues



sexta-feira, 24 de abril de 2009

Israel - Sobre Gaza, Sobre Israel, Sobre Nós




Sobre Gaza, Sobre Israel, Sobre Nós
Sílvia Ferabolli & Cláudio César Dutra de Souza - Le Monde Diplomatique - LMB Brasil - 05/02/2009
http://diplo.uol.com.br/2009-02,a2777


"O direito dos Estados está acima do direito dos povos. Entre Israel e Palestina, um lobby israelense em Washington. Está feita a declaração: aos que querem a terra, ela lhe será dada, uma cova rasa, mais exatamente. Mas não se iludam: Somos todos Palestinos!"



Aqui na Europa, manifestações eclodiram por toda parte. Em Paris, uma marcha contra o holocausto palestino reuniu quase 100 mil pessoas. Em Londres, prédios universitários foram ocupados e milhares de estudantes reuniram-se em frente à embaixada israelense exigindo o fim do massacre contra o povo palestino. Outras capitais européias também assistiram várias formas de mobilização popular contra o avanço de Israel sobre o mais famoso bantustão do mundo - a Faixa de Gaza, o campo de extermínio daqueles que vivem a luta e morrem pela causa palestina.

Infelizmente, os milhões de cidadãos que expressaram sua repulsa contra a política israelense em manifestações que varreram o globo, não encontraram eco em suas ações por parte de seus chefes de Estado. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi o único líder de uma nação que ousou ouvir o clamor popular e expulsou o embaixador israelense de seu país. Tivessem outras lideranças seguido o exemplo de Chávez na América Latina, África, Ásia, Europa e América do Norte, o isolamento diplomático israelense seria tamanho que não haveria alternativa a Tel-Aviv a não ser o recuo. Contudo, esse não foi o caso. Para além dos clássicos e inócuos chamados de paz, nenhum presidente, primeiro-ministro, rei, chanceler ou sultão ousou desafiar Israel com aquela que é uma das mais radicais armas que a diplomacia internacional possui: a ruptura das relações diplomáticas e o erigir de pesadas sanções políticas e econômicas.

Para entender a apatia da diplomacia internacional frente às ações de política externa israelense é necessário compreender como funciona a ordem internacional e como ela é promotora e perpetuadora de relações de dominação entre Estados opressores e povos oprimidos.

Vivemos dentro de uma lógica política internacional onde o direito dos Estados está acima do direito dos povos. Israel, como um Estado, teria o direito de se defender contra aquilo que ele considera ser uma ameaça a sua sobrevivência estatal, nesse caso, as ações do Hamas. Os palestinos, por seu turno, não possuem um Estado e, portanto, nenhum direito dentro de uma lógica estatal internacional perversa que nega aos povos do mundo qualquer direito para além daquele que seu próprio Estado lhe provém. Fora do Estado, a vida não é possível, já sentenciava Thomas Hobbes, o pai do pensamento realista, e dominante, das Relações Internacionais.

O grande problema que emerge dessa constatação é que embora os Estados interajam em um sistema anárquico, onde não existe uma autoridade central e cada Estado é soberano e, portanto, dono do direito de agir como melhor lhe convir, existe, sim, aquilo que se chama de ordem internacional, cuja responsabilidade pela sua manutenção é das grandes potências. Na atual configuração sistêmica que, embora apresente alguns contornos multipolares no campo econômico, em termos de liderança política e estratégica, é claramente unipolar. Só há um país capaz de fazer Israel parar - os Estados Unidos da América. E por que não o fazem? John Mearsheimer e Stephen Walt, já em 2006, ofereciam uma resposta: o lobby israelense em Washington.

Numa tentativa de compreender o porquê dos Estados Unidos comprometerem seus imperativos de interesse nacional no Oriente Médio pelo massivo apoio a Israel, mesmo quando esse deixa de ser um patrimônio estratégico com o fim da Guerra Fria, Mearsheimer e Walt acabam por revelar uma história de bastidores movida a bilhões de dólares de grupos lobistas israelenses e sustentada por uma poderosa indústria do holocausto. Para aqueles que insistem em ver Israel como um pequeno David que luta para se defender do monstruoso Golias representado pelos árabes-palestinos, selecionamos alguns pontos da obra The Israel Lobby in Washington, que podem lançar luz sobre o atual debate em torno da política expansionista israelense e a condescendência norte-americana para com seu aliado incondicional no Oriente Médio.




"Depois da formação de um grande exército, na esteira do estabelecimento de nosso Estado, nós aboliremos a partilha e expandiremos nosso Estado para toda a Palestina".




No que concerne à suposta fraqueza israelense, Mearsheimer e Walt argumentam que ela é inverídica, na medida em que Israel derrotou os árabes nas Guerras de 1948-49 e 1967, sem a ajuda de forças externas. Foi após essa última vitória que Israel começou a ser considerado um patrimônio estratégico para os Estados Unidos. Conseqüentemente, começou a receber ajuda financeira norte-americana - Israel é o maior receptor de ajuda externa estadunidense no mundo, imediatamente seguido pelo Egito, cuja ajuda está condicionada à manutenção de relações diplomáticas com Israel, enquanto a ajuda aos israelenses não prevê nenhum condicionante.

Quanto ao fator democracia, tal argumento se enfraquece por aspectos da democracia israelense que são estranhos aos valores fundamentais ocidentais: Israel foi explicitamente fundado como um Estado judaico e a cidadania é baseada no princípio da consangüinidade. Dado esse conceito de cidadania, não se estranha que os 1,3 milhões de árabes-israelenses sejam tratados como cidadãos de segunda classe.

Quanto ao Holocausto, os autores argumentam que não há dúvida de que os judeus sofreram historicamente devido ao anti-semitismo e que a criação do Estado de Israel foi, sim, uma resposta apropriada a um longo histórico de crimes contra o povo judaico. Porém, a criação de Israel envolveu crimes adicionais contra um povo absolutamente inocente: os palestinos.

Especificamente no que concerne à disposição de Israel de aceitar a criação de um Estado palestino, dentro da lógica "segurança para Israel e justiça para os palestinos", como se fosse possível conciliar os imperativos de segurança israelense com o direito à existência do povo palestino, Mearsheimer e Walt nos informam que nunca houve, na proposta sionista, a intenção de dividir o território da Palestina em dois Estados. Como Ben-Gurion sentenciou no final dos anos 1930: "Depois da formação de um grande exército, na esteira do estabelecimento de nosso Estado, nós aboliremos a partilha e expandiremos nosso Estado para toda a Palestina". Ou seja, desde o princípio, aceitar a idéia de dois Estados foi apenas uma manobra tática israelense, não um objetivo real. Ainda, para alcançar o objetivo de fundação de seu Estado, os sionistas teriam de expulsar um grande número de árabes do território que viria a se tornar Israel. Ben-Gurion viu esse problema claramente já em 1941: "É impossível imaginar a evacuação geral da população árabe senão pela força - e força brutal!" Essa oportunidade veio com a Guerra de Independência (1948-49), quando as forças israelenses forçaram o exílio de mais de 700 mil palestinos. Ou seja, se o povo que formou originalmente o Estado israelense sofreu, também fez, e faz, outro povo sofrer tanto ou mais.




"Os judeus estão loucos!"




Por fim, a tese dos "israelenses virtuosos" versus os "árabes malditos". De acordo com Mearsheimer e Walt, acadêmicos israelenses de esquerda têm mostrado que os sionistas foram qualquer coisa, menos benevolentes com os árabes-palestinos. A resposta sionista à resistência palestina à criação do Estado de Israel envolveu atos explícitos de limpeza étnica, incluindo execuções, massacres e estupros. A média de mortes nesses mais de 60 anos de conflito é de 3,4 palestinos mortos para cada israelense - a proporção de mortes de crianças é de 5,7 crianças palestinas mortas para cada uma israelense. Tanto é que Ehud Barak uma vez admitiu que se ele tivesse nascido palestino, certamente teria se juntado a uma organização terrorista. Talvez, dissesse melhor, e com mais clareza, uma organização de resistência á uma ocupação externa.

A reflexão de Nidal Basal, um menino palestino de 12 anos, feita durante o período mais intenso das ações militares israelenses na Faixa de Gaza, reflete a perplexidade de milhões de cidadãos pelo mundo. Em resposta a Nidal, esclarecemos que Israel não enlouqueceu, malgrados os bombardeios contra escolas da ONU e a proibição de evacuação civil da região. Dificilmente poderíamos crer que ações militares planejadas e postas em prática em um período do ano em que o presidente da União Européia, Nicolas Sarkozy, em final de mandato, tira férias no Brasil e que o governo dos Estados Unidos vive uma transição de poder, sejam atos impensados de loucura e selvageria despropositada. Nesse caso, haveria atenuantes, como na justiça criminal, ao julgar um cidadão que tenha agido sob "forte emoção" ou que estivesse em algum estado alterado de consciência. Ao contrário, se há premeditação, motivos torpes ou incapacidade de defesa da vítima tudo isso constitui-se em agravantes que poderiam gerar penas mais severas em um julgamento criminal.

Contudo, poderíamos pensar que, ao invés de indivíduos mentalmente perturbados, estivéssemos à mercê de burocratas frios, cuja presença do "outro" fosse apenas um detalhe incômodo entre um objetivo matematicamente traçado e a sua efetiva concretização. Compreendemos com Hannah Arendt a banalidade do mal e nos chocamos profundamente ao pensarmos no quanto os mais perigosos assassinos podem ser pessoas tão afáveis e cultas, que apreciam a arte e amam as crianças e os animais. Eichmann em seu julgamento em Jerusalém nada mais fez do que mostrar-se um burocrata obediente às ordens de seu chefe, mesmo que elas fossem o extermínio de um povo. Assassinos podem ser pessoas muito agradáveis e cordatas. Podem ser eu ou você em uma situação específica tal como a situação de guerra quando o inimigo é todo aquele que não utiliza o nosso uniforme e nem compactua de nossa ideologia.




"Itzhak Shamir chamava os palestinos de "gafanhotos". O general Raphael Eitn, de "baratas". O Ministro da Defesa, Ben-Eliezer, os definiu como "piolhos"...




Como pode um Estado considerado uma democracia tão avançada e com expoentes intelectuais de alto calibre perpetrar atos como esses que assistimos na Faixa de Gaza, onde a matança indiscriminada de civis inocentes de forma cruel e arbitrária coloca Israel par a par com as piores das históricas ditaduras do Terceiro Mundo? Em Gaza, uma população encontra-se à mercê de um Estado anômico e sociopático que age premeditada e milimetricamente no intuito de exterminar o maior número de seres humanos contrários aos seus planos expansionistas e imperiais. Todavia, o discurso manifesto é o de eliminar a ameaça terrorista do Hamas (democraticamente eleito e, portanto, apoiado por grande parte dos palestinos). Contudo, é de se perguntar como reconhecer os membros do Hamas no meio da massa indistinta no território de Gaza. Eles usam uniformes, estão reunidos em uma sede oficial a decidir os rumos de sua atuação presente e futura? É evidente que não. Em Gaza, cada cidadão é potencialmente um apoiador, um simpatizante ou possui algum conhecido dentro do Hamas, logo, cada ser humano é um alvo em potencial.

Falamos em seres humanos, mas aqui cabe uma correção, pois os palestinos não parecem estar classificados nessa condição, segundo o ponto de vista de diversos líderes israelenses. Itzhak Shamir os chamava de "gafanhotos". O general Raphael Eitn os chamou de "baratas". O Ministro da Defesa, Ben-Eliezer, os definiu como "piolhos" e para o ex-primeiro-ministro Menahem Begin, os palestinos eram "bestas caminhando sobre dois pés". Por fim, a primeira-ministra Golda Meir chamava-os de "animais de duas patas". Para Ehud Olmert eles seriam o que nesse exato momento? Certamente, qualquer coisa, menos humanos.

Alguém acredita que o Estado de Israel corre um sério perigo que ameaça efetivamente a sua existência? O Hamas tem um poder definitivamente devastador e que pode causar sérios danos à infra-estrutura e aos cidadões israelenses, motivo mais do que suficiente para um ataque desse porte? As armas que o Hamas possui são modernas e letais e isso constitui-se em um motivo plenamente justificável para que os corpos de palestinos inocentes apodreçam a céu aberto? A resposta a todas essas perguntas é evidentemente negativa e só Israel e os Estados Unidos têm o cinismo de sustentá-las seriamente.

Convencionando que a paz (para si) é um dos objetivos de Israel, aliado com a sua lendária necessidade de segurança, convém lembrar que a paz e a prosperidade caminham de mãos dadas. Após esses trágicos bombardeios, justificáveis tão somente dentro da ótica distorcida do agressor, o proto-Estado palestino vai demorar vários anos para conseguir retornar ao grau de miserabilidade anterior a dezembro de 2008. Sem contar o luto das famílias que perderam seus entes queridos, suas casas, sua história e sua dignidade. Os cemitérios são, sem dúvida, locais em que existe uma grande paz, afinal, os mortos não têm necessidades, queixas ou reivindicações de qualquer ordem. Aos que querem a terra, ela lhe será dada, uma cova rasa, mais exatamente. Como a paz poderá ser feita nessas condições é algo que nos perguntamos e que os líderes israelenses nunca respondem de forma conveniente. O que sabemos, com certeza, é que o governo norte-americano é tão responsável pela atual política genocida israelense contra os palestinos quanto os são as lideranças sionistas dentro e fora de Israel. Os Estados Unidos podem, mas optam por não parar Israel, temendo a reação de um lobby que, pelo poder financeiro de seus membros e a ideologia da indústria do holocausto, ameaça não só tornar Israel o ator central de um teatro de horrores que envergonha a humanidade como também acabar, definitivamente, com a legitimidade da já cambaleante Organização das Nações Unidas.

Não tenhamos ilusões quanto à capacidade de influência dos milhões de cidadãos espalhados pelo mundo que saíram às ruas para protestar contra o flagelo impetrado aos palestinos em nome da pax israelense, que encontra na pax americana a sua parceira ideal no perpetrar de crimes de guerra. Enquanto a lógica que dominar o mundo for aquela do direito dos Estados e não a do direito dos povos, nossa voz não será ouvida e o futuro da humanidade - o nosso futuro - será decidido à nossa revelia. Não nos iludamos: SOMOS TODOS PALESTINOS!








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Israel - A Visão Sagrada de Israel


A Visão Sagrada de Israel
José Luís Fiori - Le Monde Diplomatique - LMD Brasil - 05/02/2009
http://diplo.uol.com.br/2009-02,a2778

"Quando o sagrado torna-se profano. Onde a guerra é travada pela paz. Os judeus consideram-se um só povo e uma só religião que nasce da revelação divina direta. O povo escolhido macula as próprias leis bíblicas numa disputa desigual pela conquista da Terra Santa".


"Se o Hamas quer acabar com Israel, Israel tem que acabar com o Hamas antes". Efraim, 23 anos, estudante de uma escola religiosa de Jerusalém, FSP 24/01/2009".


Durante vinte um dias de bombardeio contínuo, Israel lançou 2.500 bombas sobre a Faixa de Gaza - um território de 380 km2 e 1.500 milhão de habitantes. Deixou 1.300 palestinos mortos e 5.500 feridos e 15 israelenses mortos.


A infra-estrutura do território foi destruída completamente, junto com milhares de casas e centenas de construções civis. E é provável que Israel tenha utilizado bombas de "fósforo branco" - proibidas pela legislação internacional - com conseqüências imprevisíveis, no longo prazo, sobre a população civil, em particular a população infantil. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, declarou estar "horrorizado", depois de visitar o território bombardeado e considerou "escandalosos e inaceitáveis" os ataques israelitas contra escolas e refúgios mantidos em Gaza, pelas Nações Unidas. Richard Falk, relator especial da ONU sobre a situação dos Direitos Humanos em Gaza, também declarou que, "depois de 18 meses de bloqueio ilegal de alimentos, remédios e combustível, Israel cometeu crimes de guerra e contra a humanidade na sua última ofensiva contra os territórios palestinos. Crimes ainda mais graves, porque 70% da população de Gaza tem menos de 18 anos".


Dentro de Israel, entretanto - com raras exceções - a população apoiou a operação militar do governo. Mais do que isso, as pesquisas de opinião constataram que o apoio da população foi aumentando na medida em que avançavam os bombardeios - chegando a índices de 90%. E no final, na hora do cessar-fogo, metade era favorável à continuação da ofensiva, até a reocupação de Gaza e a destruição do Hamas. (FSP, 24/01/09).


Seja como for, duas coisas chamam a atenção - de forma especial - nesta última guerra: a inclemência de Israel e sua indiferença com relação às leis e às críticas da comunidade internacional. Duas posições tradicionais da política externa israelita, que têm se radicalizado cada vez mais e são quase sempre explicadas pela "escalada aos extremos" do próprio conflito. Mas existe um aspecto desta história que quase não se menciona, ou então é colocado num segundo plano, como se as "visões sagradas" do mundo e da história fossem uma característica exclusiva dos países islâmicos.


"Para os judeus, Israel é a continuação direta da história deste 'povo escolhido', e por isso, a sua verdadeira legislação ou constituição são os próprios ensinamentos bíblicos".



Desde sua criação, em 1948, Israel mantém-se sem uma constituição escrita, mas possui um sistema político com partidos competitivos e eleições periódicas, tem um sistema de governo parlamentarista segundo o modelo britânico, e conserva um poder judiciário autônomo. Mas ao mesmo tempo, paradoxalmente, Israel é um estado religioso, e grande parte de sua população e governantes tem uma visão teológica do seu passado e do seu lugar dentro da história da humanidade.


Israel não tem uma religião oficial, mas é o único estado judeu do mundo. Os judeus consideram-se um só povo e uma só religião que nasce da revelação divina direta, e não depende de uma decisão, ou de uma conversão individual. "Se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis uma propriedade peculiar entre todos os povos. Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa" [1].


Além disto, o judaísmo estabelece normas e regras específicas e inquestionáveis que definem a vida cotidiana e comunitária do seu povo, que deve se manter fiel e seguir de forma incondicional as palavras do seu Deus, mantendo-se puros, isolados e distantes com relação aos demais povos e religiões. "Não seguireis os estatutos das nações que eu expulso de diante de vós. Eu Javé, vosso Deus, vos separei desses povos. Fareis distinção entre o animal puro e o impuro. Não vos torneis vós mesmos imundos como animais, aves e tudo o que rasteja sobre a terra" [2].


Para os judeus, Israel é a continuação direta da história deste "povo escolhido", e por isso, a sua verdadeira legislação ou constituição são os próprios ensinamentos bíblicos. O Torá conta a história do povo judeu e é a lei divina, dessa forma não pode haver lei ou norma humana que seja superior ao que está dito e determinado nos textos bíblicos, onde também estão definidos os princípios que devem reger as relações de Israel com seus vizinhos e/ou com seus adversários. Em Israel não existe casamento civil, só a cerimônia rabínica, e os soldados israelenses prestam juramento com a Bíblia sobre o peito e com a arma na mão. "Javé ferirá todos os povos que combateram contra Jerusalém: ele fará apodrecer sua carne, enquanto estão ainda de pé, os seus olhos apodrecerão em suas órbitas, e a sua língua apodrecerá em sua boca" [3].




"Os anglo-americanos operam como a âncora passiva do 'autismo internacional' e da 'inclemência sagrada' de Israel".



As idéias religiosas dos povos não são responsáveis nem explicam necessariamente as instituições de um país e as decisões dos seus governantes. Mas neste caso, pelo menos, parece existir um fosso quase intransponível entre os princípios, instituições e objetivos da filosofia política democrática das cidades gregas e os preceitos da filosofia religiosa monoteísta que nasceu nos desertos da Ásia Menor.

Mas o que talvez seja mais importante do ponto de vista imediato do conflito entre judeus e palestinos, e do próprio sistema mundial, é que Israel - ao contrário dos palestinos - junto com sua visão sagrada de si mesmo, dispõe de armas atômicas e de acesso quase ilimitado a recursos financeiros e militares externos. Com essas idéias e condições econômicas e militares, Israel seria considerado - normalmente - um estado perigoso e desestabilizador do sistema internacional, pela régua liberal-democrática dos países anglo-saxônicos.


Mas isto não acontece porque no mundo dos mortais, de fato, Israel foi uma criação e segue sendo um protetorado anglo-saxônico, que opera desde 1948, como instrumento ativo de defesa dos interesses estratégicos anglo-americanos no Oriente Médio. Os anglo-americanos operam como a âncora passiva do "autismo internacional" e da "inclemência sagrada" de Israel.


[ 1 - http://diplo.uol.com.br/2009-02,a2778#nh1 - ] Êxodo, 19, 5-6


[ 2 - http://diplo.uol.com.br/2009-02,a2778#nh2 - ] Levítico, 20, 23-25


[ 3 - http://diplo.uol.com.br/2009-02,a2778#nh3 - ] Zacarias, 14, 12-15


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José Luís Fiori



sexta-feira, 3 de abril de 2009

Primeiro inquérito sobre os horrores da guerra em Gaza




A sociedade israelense, como que saindo de uma catarse, já começou um acerto de contas com a sua consciência. A maioria esmagadora apoiou a operação, depois de tantos meses de foguetes sobre o seu território. Por outro lado, nada se explica se não se levar em conta a luta interna entre o Hamas e o El Fatah pela liderança da causa palestina. Bernardo Kucinski.


Bernardo Kucinski


Nos ataques israelenses na faixa de Gaza morreram mais de 400 crianças e jovens de até 16 anos e mais de 300 mulheres e idosos. Somadas, essas vítimas são mais da metade do total de mortos, por sua vez também muito grande: 1.300.

A culpa é dos generais israelenses, que atacaram sem piedade, acusou o líder do Hamas, Khaled Meshal, quando proclamou de Damasco a vitória do Hamas. A culpa é do próprio Hamas, por não renovar a trégua com Israel, apesar dos apelos da Autoridade Nacional Palestina, acusou seu presidente Mahmoud Abbas, na Al Jazeera.

Certamente a culpa não é das crianças e suas mães.

A sociedade israelense, como que saindo de uma catarse, já começou um acerto de contas com a sua consciência. A maioria esmagadora apoiou a operação, depois de tantos meses de foguetes sobre o seu território causando pânico e o êxodo de mais de 20 mil pessoas para o Norte, mas a morte de tantas crianças é um peso que mesmo os corações mais endurecidos não conseguem suportar.

O sentimento de culpa coletiva pode explicar a avalanche de adesões à campanha da estudante Hadas Balas, que emitiu emails pedindo suprimentos para lotar dois caminhões para o povo da Gaza, e em poucos dias lotou dez caminhões. A ajuda veio de todos os cantos, desde uma Igreja Católica de Haifa até o movimento juvenil sionista Hashomer Hatzair.

Ainda antes de encerrada a operação, a Associação Pelos Direitos Civis de Israel já havia ocupado uma página inteira no Haaretz com obituários de crianças mortas em Gaza. No centro do anúncio, um quadro negro com a palavra "dai!" (basta!). Nesse mesmo dia, Ari Shavit, um dos principais analistas do Haaretz acusou a operação "cast lead" de ter ultrapassado todos os limites: "O que era para ser uma operação militar calculada virou um assalto descontrolado sobre uma área populosa".

Embora ainda em minoria, mais e mais vozes vão expondo perplexidades. "Como é possível que um povo que se dizia o único civilizado na selva do Oriente Médio tenha se tornado mais uma fera nessa selva? pergunta no jornal Iediot Aharonot o diretor do grupo pacifista "Iniciativa Genebra", Gadi Blatiansky.

"Quando os canhões se silenciarem por completo e a escala das mortes e da destruição se tornar totalmente conhecida, ao ponto de mesmo os mais sofisticados mecanismos de auto-defesa da psique israelense caírem, talvez alguma lição se imprima nas nossas mentes", diz no Haaretz o escritor David Grossman.

Expressivas, por sua singeleza, são as explicações dadas ao jornal Yediot Aharonot por militares que se recusaram a lutar: "Israel explorou todas as possibilidades antes de recorrer à violência? A resposta é não. Israel está bombardeando uma das áreas mais densamente povoadas no mundo e matando mulheres e crianças ao mesmo tempo em que dificulta sua evacuação", disse o tenente reservista do corpo de engenharia Noam Livneh. Não trata de pacifistas clássicos, que se recusam a matar por princípio. Esses também existem em Israel. Trata-se de cidadãos comuns, reservistas que já lutaram nas guerras anteriores, e não aceitam como única saída para lidar com o Hamas o tipo de operação concebida pelos generais ou o tipo de política determinada pelo governo. "Não sou pacifista, sei que é importante ter um bom exército, mas um exército para nos defender, não para atacar e conquistar!" diz o sargento reservista Bem Muha.

Oito grupos de defesa dos direitos humanos juntaram-se numa ação junto ao Procurador Geral do Estado de Israel exigindo que uma comissão independente investigue os ataques a civis durante a operação "cast lead". O Exército impôs sigilo sobre os nomes dos comandantes das operações, para impedir que sejam identificados em processos por crimes de guerra. Ao mesmo tempo, abriu seu próprio inquérito sobre o uso de armas com fósforo, talvez para esvaziar um eventual inquérito internacional. Também criou um grupo de trabalho para reunir antecipadamente elementos de defesa. Por exemplo, provas de que atiradores disparavam de prédios residenciais.

As duas principais acusações até agora, formuladas pela Anistia Internacional e por Marc Garlasco, observador da Humans Rights Watch, são o recurso a bombas de fumaça com fósforo branco e o uso de força desproporcional. Garlasco, que está tentando entrar em Gaza, é o mesmo que acusou o Hamas de crimes de guerras por disparar foguetes à esmo contra populações civis em Israel. Só em 2008 caíram no Sul de Israel 3258 morteiros e foguetes, inclusive Katyushas. Já o observador da ONU Richard Falk, embora ainda sem ter estado em Gaza, diz que os indícios de que Israel atacou uma área densamente povoada sem facilitar a fuga dos civis são suficientes para abrir um inquérito.

A munição com fósforo branco em si não é ilegal, mas seu uso deve ser evitado em áreas de população densa. Os dados preliminares do inquérito do exército israelense indicam que isso aconteceu em uma operação na qual 20 projéteis com fósforo branco foram disparos em área densamente povoada em Beit Labyia. Outros 180 disparos teriam sido dados em áreas de campo aberto.

A ONU, segundo a Al Jazeera, acusa Israel de ter atacado 52 de suas instalações na faixa de Gaza, inclusive 37 escolas, três das quais serviam de abrigo a civis. Como isso foi possível, se Ehud Barak disse que a operação foi cuidadosamente planejada durante seis meses? Como isso foi possível, se além desse preparo operacional, foram utilizadas, segundo Amira Hass, três novas munições especialmente desenvolvidas para aumentar ao máximo a precisão do tiro e reduzir ao mínimo os efeitos ao seu redor, ou seja em populações civis?

O que deu errado?

A hipótese mais provável é a de que os generais israelenses, como acontece tantas vezes nas guerras, estavam lutando a batalha anterior, a batalha que perderam no Líbano há dois anos. Naquela desastrada operação, como mostrou depois o inquérito Vinograd, tudo deu errado, desde o processo decisório precário, falta de clareza na definição dos objetivos, até o colapso total da logística, ao ponto de nem o rancho ter chegado aos soldados do front. Exército e governo se desmoralizaram.

Por essa hipótese, embora a operação cast lead tivesse objetivos militares e políticos próprios, não foi escolhida a tática que minimizasse o número de baixas civis, e sim a que minimizasse as baixas militares entre os israelenses e que mostrasse competência logística e operacional. Restaurar a moral das forças armadas e do governo.

O reduzido número de baixas entre soldados israelenses, apenas 13, e dois informes da mídia corroboram essa hipótese: primeiro, as bombas de fumaça com fósforo, que segundo Marc Galasco, tem a finalidade de criar uma cortina de proteção ao avanço dos tanques. Uma lição da guerra do Líbano na qual Israel perdeu muitos tanques. Segundo, o relaxamento, pelos juristas do exército, de algumas regras de engajamento em combates em que há civis. Por exemplo, a diretiva: "Sempre que possível a população civil na área alvo deve ser alertada", foi atenuada com o adendo "a menos que isso ponha em perigo a operação ou os combatentes".

Apesar das armas de maior precisão, esse relaxamento combinou-se de modo perverso com o tipo de guerra adotado pelo Hamas, levando ao número inaceitável - sob qualquer padrão de julgamento - de mortes de civis. O especialista Paul Beaver, ex-editor do Janes Defence Weeekly, com 30 anos de cancha em guerras no Oriente Médio , em longo artigo na Al Jazeera diz que o Hamas inventou um novo tipo de guerra, muito difícil de ser enfrentada que ele conceitua como "guerra no seio do povo".

Não se trata da conhecida guerra popular prolongada, concebida pelos chineses, na qual o povo se organiza em exército marchando para o front ou desfechando ataques de guerrilha. É uma guerra trazida para dentro do próprio povo ("war amongst the people", é a expressão que ele usa), uma guerra na qual disparos são feitos de casas e quintais, soldados e civis se misturam e alguns dos protagonistas não são Estados nacionais, embora possam ter sido legitimados por alguma eleição. "É uma guerra que se caracteriza também pelo uso intenso da mídia, declarações exageradas de ganhos militares, uso de foguetes sem direcionamento". Para Beaver, tudo isso e mais a ameaça árabe, pela primeira vez, de atacar as instalações nucleares israelenses, "mudou a correlação de forças e o espaço para manobras".

Durante todo o desenrolar da operação, Ehud Barak definiu vagamente que seu objetivo era "modificar substancialmente e de modo definitivo o cenário na região", subentendendo-se que isso implicava por fim à capacidade do Hamas de lançar os foguetes Qassam e Katyusha sobre a população israelense. O fato do Hamas lançar foguetes mais poderosos, os Katyusha 110, com alcance de até 40 kilômetros, podendo atingir seis cidades grandes de Israel, indica que para alcançar esse objetivo era preciso também acabar com o contrabando dos foguetes enviados pelo Irã, daí o ataque aos túneis ao longo da fronteira de Gaza com o Egito, chamada linha Filadélfia. Daí o protocolo firmado com os Estado Unidos em plena operação comprometendo o governo americano num mecanismo de combate à entrada de mísseis em Gaza.

Mas o especialista da Universidade de Haifa, Dan Shiftan, define os objetivos da operação em termos mais amplos: "impedir que consolidasse entre a percepção de que os lançamentos de foguetes (contra a população civil de Israel) conjugados com o fervor islâmico era a arma definitiva contra a qual Israel não conseguiria lidar". E a solução estratégica para isso foi "o ataque desproporcional aos centros vitais do Hamas, para transtornar sua percepção da relação custo-benefício nos lançamentos de foguetes".

Havia também o objetivo político de derrubar o Hamas? Muitos analistas, dizem que poderia chegar até esse resultado. Esse era o objetivo principal, diz Khaled Abu Toameh, analista do Jerusalém Post: "derrubar o regime do Hamas e devolver o controle da faixa de Gaza às forças leais à Autoridade Nacional Palestina do presidente Mahmoud Abbas".

Por isso a operação teria contado com algum grau de aquiescência da Autoridade Nacional Palestina e dos governos do Egito e dos Estados Unidos, interessados em restabelecer a unidade política nos territórios palestinos em torno de uma liderança moderada e disposta a negociar um acordo de paz. O Hamas rejeita esse caminho. Sua carta de princípios propõe o estabelecimento de um Estado Fundamentalista Islâmico através do jihad - a luta armada como dever de todo muçulmano.

Nada se explica nessa guerra, se não se levar em conta a luta interna entre o Hamas e o El Fatah pela liderança da causa palestina. As prisões, assassinatos e mutilação de militantes do Fatah, durante a operação e depois da retirada, corroboram a centralidade do conflito e da luta pelo poder e pela representação da causa palestina entre Hamas e El Fatah. Obviamente o Hamas não esperava derrotar o poderoso exército israelense. Seu objetivo lançando foguetes diariamente contra Israel por meses e anos a fio ao mesmo tempo em que estigmatizavam o El Fatah como conciliadores que traíram a causa palestina só podia ser o da demarcação em relação a ANP de Mahmoud Abbas, que reconhece a existência do Estado de Israel e negocia as condições para a proclamação de um Estado Palestino.

Os líderes do Hamas acusam abertamente o El Fatah de traição. Salah Bardaweel, jurista ligado ao Hamas diz que espiões do El Fatah conduziram o ataque israelense que matou Said Siam, o ministro do interior do Hamas. Siam era tido como um dos maiores inimigos do El Fatah, responsável por dezenas de fuzilamentos de membros do El Fatah, quando o Hamas deu o golpe de força em Gaza, pouco tempo depois de vencer a eleição.

Provocar um levante pró-Hamas na Cisjordânia é hoje o objetivo mais ambicioso que o Hamas poderia alcançar. E mais fácil, depois do ataque israelense a Gaza. Lideres do próprio Fatah admitem que Abbas se enfraqueceu: todas as demonstrações em Jerusalém e na Cisjordânia contra o ataque foram organizadas por ativistas das bases, sem nenhuma liderança ou apoio das lideranças do Fatah, diz Hatem Abdel Qader, membro do Fatah. E mais: "O Hamas obteve legitimidade e simpatia internacional, e suas forças ainda controlam a faixa de Gaza", diz Aluf Benn, um dos principais analistas do Haaretz. Na El Jazeera, Mouin Rabbani, um articulista do Middle East Report, diz que a inércia de Abbas frente ao que aconteceu vai agravar as críticas que ele já vinha sofrendo de que todas as suas estratégias e cada uma delas fracassou desde que ele assumiu a presidência da ANP em 2004. Abbas pode não sobreviver, ele diz.

O El Fatah culpa o Hamas pela tragédia: "Com os foguetes eles deram a Israel um pretexto para a guerra", disse ao Der Spiegel o ex-chefe do El Fatah, Muhamed Dahlan. "O Hamas é uma das piores organizações da região. As pessoas têm medo dos extremistas islâmicos e ninguém em Gaza ousa fazer qualquer crítica", caso o façam correm o risco de prisão e até mesmo de morte", ele diz. "O Hamas usa slogans e explora o sangue derramado em Gaza para encobrir seus projetos separatistas", acusou o dirigente do Fatah Yasser Abed Rabbo, numa coletiva à imprensa. Ele disse que a Autoridade Nacional Palestina não permitirá que o Hamas faça de Gaza uma entidade separatista.

Já começou a luta entre Hamas e Fatah pelo controle das gigantescas somas de dinheiro a serem canalizadas para a reconstrução de Gaza. De Damasco, onde ficou a salvo das bombas israelenses, o líder do Hamas Khaled Meshal vangloriou-se do que chamou de "inequívoca vitória do Hamas", reafirmou o objetivo de libertar todos os territórios palestinos e impôs como condição para a reconciliação com o Fatah de Mahmoud Abbas, a libertação de militantes do Hamas presos pela Autoridade Nacional Palestina. Outro dirigente do Hamas, Sami Khater disse que o Fatah não é confiável e que as donativos internacionais e de países árabes para reconstrução de Gaza não podem passar pelas mãos do Fatah.

Se o Hamas derrotar o Fatah, conquistando a liderança da representação palestina, não precisará mais do diferencial do jihad, e poderá mudar sua Carta, como fez a OLP. A pergunta é se ao provocar a "fera" israelense, com o único objetivo de se afirmar, mesmo às custas de 700 crianças mulheres e idosos mortos, o Hamas também não tem um balanço de consciência pendente.


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